Flávio Alves da Silva, Palmas (TO) · 6/12/2008 · 38 votos · 1 |
A contação de histórias age na formação da criança em várias áreas. Contribui no desenvolvimento intelectual, pois desperta o interesse pela leitura e estimula a imaginação por meio da construção de imagens interiores e dos universos da realidade e da ficção, dos cenários, personagens e ações que são narradas em cada história.
Outro ponto em que atua é no desenvolvimento comunicativo devido a sua provocação de oralidade que leva a criança a dialogar com seus colegas ouvintes e a (re)contar a história para seus amigos que não estavam presentes naquele momento. Com isso também é desenvolvida a interação sócio-cultural da criança ao proporcionar essa interação entre crianças e a criação de laços sociais e formação de gosto pela literatura e artes. A criança recebe influência até em seu desenvolvimento físico-motor, devido a manipulação do corpo e da voz de que faz uso ao ouvir e recontar as histórias.
As escolas devem promover a formação de seus professores das séries iniciais possibilitando o contato com conceitos e técnicas de formação para contadores de histórias para capacitá-los para a percepção e uso dos valores do texto, das múltiplas possibilidades de abordagem do texto literário, para vivenciarem o contar histórias associando à teoria e a prática a partir do acervo pessoal como a memória afetiva e as histórias da infância e assim promover a interação de suas interfaces com os demais textos, e posteriormente, divulgar a arte de contar histórias com seus diversos enfoques de leitura, (re)apresentação.e representação.
As histórias também desenvolvem uma função de construção de conhecimento social da realidade junto a formação de valores e conceitos, pois embora seja ficção, o texto literário tem o poder de revelar a realidade social e até desmascarar suas mentiras, de forma que “a ficção pode ser mais real que o que se quer real, e o real pode ser mais ficcional que o que se quer ficcional” (Roland Barthes). Em uma sociedade tecnicista como a sociedade atual, contar e ouvir histórias é uma possibilidade libertária de aprendizagem e uma atividade de suma importância na construção do conhecimento e do desenvolvimento ético e significativo da criança enquanto ser humano.
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